Tecnologia

Cultura data-driven aplicada ao metaverso: como as empresas podem se preparar?

Por:
Divibank Team

A próxima grande tendência no mercado de tecnologia tem nome: metaverso. Algumas das empresas mais inovadoras do mundo, como Meta, Microsoft, Qualcomm e NVIDIA, já deram a largada na corrida para construir o futuro que combina os mundos real e virtual para promover experiências imersivas.

O metaverso é um universo aberto, compartilhado e tridimensional (3D), sendo apontado como o novo ambiente para interações entre pessoas e aplicações voltadas ao entretenimento, aos negócios e à educação. Trata-se da combinação das realidades virtual e aumentada para a criação de experiências imersivas que se dão por meio de avatares. Como o objetivo é simular outro mundo baseado em vivências reais, o metaverso conta também com estabelecimentos, terrenos, imóveis e até criptomoedas próprias. Tudo virtual.

O otimismo empresarial não é apenas “hype”, ao contrário do que demonstrou ser o Second Life, ambiente que simulava a vida e foi sensação online nos anos 2000. Segundo a Bloomberg Intelligence, o metaverso pode se tornar um mercado de US$ 800 bilhões ao abrigar negócios que vão desde a realização de eventos virtuais até a criação de jogos online, passando por receitas de publicidade e todas as possibilidades relacionadas à oferta de tecnologias. Para isso, é essencial que as soluções sejam implementadas com qualidade suficiente a fim de satisfazer as (exigentes) expectativas.



Cultura data-driven como diferencial no metaverso

Outra condição fundamental para a viabilização do metaverso é o aproveitamento adequado do histórico de dados das pessoas que habitarão esse novo mundo. Como as experiências tendem a ser mais imersivas quando alimentadas por análises personalizadas de hábitos, interesses e preferências do público, cruzar e enriquecer essas informações para obter insights relevantes certamente é um dos principais desafios em meio à convergência de tecnologias no metaverso.

Ao combinar uma série de tecnologias, como realidades virtual, aumentada e mixada, inteligência artificial (IA) e blockchain, o metaverso depende essencialmente da geração de dados para funcionar. Afinal, a recriação de experiências físicas no ambiente virtual tem como base a identificação de padrões que permitam às empresas antever necessidades para promover a interação adequada entre os avatares.

A aplicação da cultura data-driven, que privilegia a tomada de decisões orientadas por dados, é essencial para o sucesso do metaverso. É por meio da análise precisa de dados que as organizações — principalmente as de mídia — conseguem compreender de forma detalhada o comportamento dos consumidores, entender suas necessidades e seus anseios e segmentá-los para o desenvolvimento de estratégias direcionadas a oferecer as opções certas no momento certo.

Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. A maioria das empresas brasileiras ainda tem um nível baixo de maturidade na análise dos dados e no uso de IA para a tomada de decisões — condições essenciais para obter resultados eficientes no metaverso. Portanto, o desenvolvimento de todo esse ecossistema é mais uma oportunidade para o aprimoramento da cultura data-driven.

As possibilidades no metaverso são diversas. Uma marca interessada em produzir um show virtual, por exemplo, terá níveis de engajamento maiores se conseguir identificar as pessoas que gostam do estilo musical oferecido. Da mesma forma, nesse contexto, uma loja de roupas tende a ter mais sucesso na atração e na conversão de vendas se oferecer produtos para consumidores que já interajam com a marca no mundo real, só que por meio de redes sociais.

Assim, o cruzamento das informações e o enriquecimento dos dados - armas poderosas para qualquer departamento de marketing - deverão ser ainda mais impactantes nos próximos anos.

Por dentro do conceito do metaverso

Embora tenha ganhado fama recentemente, quando o Facebook mudou de nome para reforçar o compromisso com o metaverso, o termo é antigo, tendo sido mencionado pela primeira vez em 1992 pelo escritor norte-americano Neal Stephenson no romance Snow Crash.

A obra de ficção científica descreve um universo onde as pessoas podem ter acesso a outras vidas. É nessa realidade alternativa, da história criada por Stephenson, que um entregador de pizza se transforma em um príncipe samurai. Passados 30 anos, o clássico da literatura inspirou Mark Zuckerberg a renomear o Facebook como Meta, pegando carona nesta nova tendência empresarial.

Entre as aplicações previstas para o metaverso, especialistas destacam o uso de novas tecnologias na saúde a partir do ensino híbrido e da realização de procedimentos e cirurgias a distância.

Na primeira cirurgia de câncer de mama registrada com o apoio do metaverso, em maio de 2022, dois médicos separados por 900 km tiveram êxito ao utilizar a realidade aumentada e a conexão 5G para verem o que cada um estava fazendo, com riqueza de detalhes. É um ganho expressivo na comparação com os procedimentos atuais, nos quais a maioria das cirurgias a distância é feita com o apoio de equipamentos robóticos.

No mercado corporativo, espera-se que o metaverso altere profundamente as relações entre empresas e pessoas. Escritórios virtuais compartilhados deverão ser o novo ponto de encontro de avatares que representem colegas de trabalho. E tem gente de peso apostando na tendência, afinal, segundo Bill Gates, até 2025 a maioria das reuniões acontecerá virtualmente nesse ambiente.

Como acessar o metaverso?

O acesso ao metaverso se dá via internet, preferencialmente pelo computador. Como recomenda o Tilt, conteúdo de tecnologia do UOL, uma das formas mais simples de conhecer o novo ambiente é pela plataforma Roblox, que se descreve como um “universo virtual definitivo que permite a você criar e a compartilhar experiências com amigos, sendo o que quiser imaginar”. Basta criar uma conta no serviço, escolher uma opção entre os games disponíveis e começar a jogar.

Se a ideia é criar um metaverso próprio da Roblox, é preciso acessar a ferramenta de criação de mapas da plataforma. O software funciona como um motor de desenvolvimento de jogos integrado com editores de terrenos 3D e ferramentas que ajudam no processo de criação.

Share this post