Diversidade

Diversidade e startups: muito mais que uma bandeira

Por:
Divibank Team

As conversas sobre diversidade estão por todo lugar: nas campanhas de marketing, nos locais de trabalho, nas reportagens e artigos de imprensa e, é claro, nas redes sociais. Não poderia ser diferente no universo das startups. Todos e todas reconhecemos a importância de se trabalhar pela inclusão. Apesar disso, alguns dados e números deixam claro que precisamos ir além do mero discurso e dos posts nas redes sociais e partir para a ação.

Menos discurso e mais trabalho

Segundo o relatório Female Founders, realizado por Distrito, B2Mamy e Endeavor, menos de 8% das startups que receberam investimento de venture capital no Brasil em 2021 tinham uma fundadora mulher. Já outro estudo, este realizado pelo BlackRocks Startups, mostra que apenas 25% dos empreendedores de startups do Brasil são negros e pardos. Considerando que mulheres, negros e pardos representam mais da metade da população brasileira, esse dado é um verdadeiro chamado à ação.

1-Mar-09-2023-05-15-53-4657-PM

E quando falamos em “ação”, nos referimos a maneiras de deixar o discurso um pouco de lado e fazer a diferença de verdade. Aqui vai mais um dado que ilustra bem o que queremos dizer: o Mapeamento do Ecossistema Brasileiro, feito em uma parceria da Abstartups com a Deloitte, mostra que 96% das startups brasileiras dizem que apoiam a diversidade, mas menos de 40% delas adotam ações ou processos seletivos que fomentem a inclusão.

Acreditamos que, para aumentar a diversidade no ecossistema das startups, cada um de nós precisa entrar na luta, fazendo aquilo que está ao seu alcance. Na Divibank, por exemplo, os cargos de liderança são divididos 50 a 50 entre homens e mulheres. Além disso, cerca de 40% dos nossos clientes têm pelo menos uma mulher como sócia. É suficiente? Claro que não. Queremos ver esse número crescendo e abrangendo ainda mais grupos subrrepresentados, como LGBTQIA+, portadores de necessidades especiais e outros.

Inovação em todos os sentidos

“Startup” é um termo que sempre vem associado à ideia de inovação. Quando pensamos em startup, vêm à mente profissionais ágeis, em sintonia com o que está acontecendo no mundo, tentando encontrar soluções para os desejos, necessidades e anseios das pessoas.

Esse é um dos motivos pelos quais a falta de diversidade nas startups brasileiras nos incomoda tanto. Incluir grupos, pessoas e vozes diversas nos ambientes de trabalho e nas tomadas de decisão corre junto com a ideia de se estar atualizado das últimas conversas, de estar aberto ao novo e ao diferente e de entender que não existe inovação sem inclusão.

Nós da Divibank, mais que ajudar a financiar as campanhas de marketing digital das startups, queremos apoiá-las no sentido de transformar o ambiente do empreendedorismo no Brasil. E é só fomentando a diversidade e a inclusão que as startups vão conseguir realizar por completo o seu potencial.

Ações possíveis

Para as startups que querem fazer algo concreto pela diversidade, existem algumas ferramentas e parcerias possíveis para avançar neste sentido. Se você quiser garantir um processo de seleção mais plural, a Jobecam é uma plataforma de seleção em vídeo que viabiliza entrevistas de emprego e avaliações de currículos “às cegas”, reduzindo os vieses inconscientes e promovendo a diversidade com mais eficiência.

Outras empresas ajudam a encontrar candidatos de grupos subrrepresentados, como negros (Comunidade Empodera e EmpregueAfro, entre outras) e pessoas com mais de 50 anos (Maturi e Labora). Além de indicar candidatos, essas parcerias também podem ajudar as startups a planejar ações internas de diversidade, visando mudanças de longo prazo.

Primeiro passo: conhecer os temas

Ainda que a diversidade esteja nas bocas e nas cabeças das pessoas, continuamos testemunhando ações, ainda que bem-intencionadas, que reforçam estereótipos de uma maneira antiquada e até um tanto cafona (sim, ainda tem gente distribuindo flores no Dia da Mulher). E se você for de algum grupo subrrepresentado, apostamos que tem alguma história constrangedora para contar.

Isso tem a ver com a “síndrome do eterno aprendiz”, termo presente em um artigo da Laura Florence, da MORE GRLS. A empresa ou líder na fase do "eterno aprendiz" sabe que a diversidade importa, mas por ter uma mentalidade antiga e cometer suas gafes, acha que as pessoas de grupos subrrepresentados devem ser suas "professoras", indicando o caminho a seguir. Idealmente, com o tempo, essa pessoa ou empresa pode se tornar um transformador, abertas a novas ideias, indo além do discurso e acelerando as mudanças.

Assim, as startups que quiserem mudar e incentivar a inclusão devem, antes de mais nada, conhecer as pautas que importam para os grupos minoritários e dar espaço para o diálogo. É preciso lidar com naturalidade com temas como feminismo, meritocracia, privilégio e ideologia de gênero, entre tantos outros, sem estigmas e preconceitos. Esse primeiro passo é crucial para semear de vez a cultura da diversidade em qualquer organização.

Share this post