Captação & VCs

Fundos ESG: o que está por trás dos aportes?

Por:
Divibank Team

Para o empreendedor que precisa de capital para expandir o negócio e, ao mesmo tempo, vê importância em manter o foco nas práticas de Environmental, social, and corporate governance (ESG), buscar um investidor pode não ser uma tarefa simples.

É preciso ficar atento às exigências que os fundos de investimento fazem ao realizar aportes em empresas alinhadas a boas práticas ambientais, sociais e de governança. Apesar de essa ser uma tendência global, há de se considerar o momento em que a organização se encontra, pois a agenda ESG deve ser alinhada aos objetivos do negócio para não acabar se tornando um "tiro no pé".

Os fundos esperam confiar o dinheiro a organizações que estejam realmente preocupadas com as dimensões da sigla ESG. Atentos a isso, eles têm aumentado a pressão nos negócios que são candidatos a receber investimentos no sentido de se certificar da veracidade das intenções por trás do discurso. Isso requer que a empresa não apenas tenha essas iniciativas, mas que, principalmente, elas gerem e comprovem por meio de dados o impacto positivo e sustentável para a sociedade. Um cuidado especial é que as práticas ESG não se restrinjam ao comprometimento com boas práticas ambientais.

A preocupação dos investidores com o alinhamento das ações ESG junto ao negócio busca evitar contradições e questionamentos do mercado em relação às discrepâncias que podem gerar crises reputacionais e prejuízos financeiros.

O que os fundos estão esperando das empresas ESG?

As ações que os fundos esperam ver podem significar a melhoria das práticas adotadas em governança corporativa, incluindo governança de dados e privacidade, programas de compliance, criação de comitês de diversidade e inclusão com o objetivo de dar voz às questões identitárias e de melhorar as relações com os funcionários, apoiando o aumento da presença de mulheres e negros em cargos de liderança, etc.

Além disso, há um movimento de pressão dos investidores para que as empresas realizem transformações organizacionais importantes, sendo uma delas a vinculação da remuneração variável de executivos ao cumprimento das metas ESG estipuladas.

Iniciativas implantadas em outros países, como o Reino Unido, dizem respeito ainda a posicionamentos sérios nos casos de fraudes e práticas sem conformidade com as regras de governança corporativa. Uma dessas sanções propostas passa pela obrigatoriedade de devolução dos valores recebidos pelos gestores como bônus no caso de não cumprimento das metas e ações de ESG.

No Brasil, várias empresas já apresentam iniciativas importantes de identificação e punição de líderes do alto escalão e de funcionários desonestos envolvidos em atos fraudulentos no que diz respeito à ESG.

Toda essa exigência dos investidores por mais compromisso se dá por alguns motivos. Um deles se refere a uma demanda crescente gerada por clientes conscientes que viram nas empresas com práticas sustentáveis uma boa opção de consumo. Para alcançar essa grande parcela de possíveis clientes, porém, é preciso ações de ESG bastantes contundentes e sérias.

Futuro dos investimentos com foco em ESG

O relatório Global Impact Investing Network (GIIN), divulgado em 2020, apontou que o investimento disponível para ESG pode ser superior a US$ 715 bilhões. A expectativa é que esse montante cresça ainda mais nos próximos anos, visto que o tema segue na pauta dos maiores banqueiros mundiais, que apresentaram — no Pacto Global, da Organização das Nações Unidas (ONU) — preocupação em como medir o impacto da sustentabilidade nos resultados de empresas.

Aqui, no Brasil, os investidores seguem de olho em empresas de todos os setores que tenham práticas ambientais, sociais e de governança na busca por modelos de negócios sustentáveis a longo prazo.

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